quinta-feira, 15 de outubro de 2015

Rosas Búlgaras

Estava cansada de tudo que a cercava. Sua rotina a estava sufocando com dedos finos e escorregadios. Pelo andar dos acontecimentos, logo iria assumir sua postura blasé que irritava a todos, principalmente a ela mesma.
Sabia do que necessitava para despertar-se, para abrir seus olhos novamente e entrar nos eixos, sentir tudo de novo.
Encontrou seu refúgio branco e imaculado, como sempre e, já sentiu diferenças em seu estado de espírito. Sua banheira branca a aguardava, o ar com vapor morno indicava que a água estava quente como era de seu gosto.
Seu refúgio era, mais específicamente, uma sala com uma grande banheira branca, um pequeno jardim e uma discreta e confortável poltrona. As janelas mostravam uma tarde ensolarada e campos com flores coloridas.
Sorriu, respirou fundo e imergiu na água quente. Seu sorriso se alargou quando o cheiro das pétalas de rosas brancas e vermelhas invadiu seu nariz. Curtiu seu banho, prolongando a sensação ao máximo, sentindo o sabonete de sândalo e baunilha se misturar com as pétalas de rosas lentamente, enquanto sentia o cheiro das ameixas e framboesas no pomar, ao longe.
Saiu da água renovada, sentindo-se ela própria uma miríade de essências quando entrava em um vestido de seda curto, jovial, mas sexy.
Ao sair, sentindo-se leve como uma pluma, cheirou com vontade o vaso com florescentes rosas búlgaras, desejando que aquele odor não abandonasse suas narinas tão cedo.

Essa é uma resenha não convencional de um perfume que adquiri recentemente para a minha modesta coleção. Seu nome é Bulgarian Rose, da marca nacional Mahogany. O que mais me surpreendeu foi o cheiro de banho que ele possui, mas sem perder a sensualidade. É uma fragrância rica, gostosa de sentir, causa uma sensação bem confortável.
Foto real do frasco
 Apesar de sentir cheiro de banho, não o considero refrescante. Ele é mais inebriante.
Sua pirâmide olfativa começa com notas cítricas de limão siciliano, bergamota, tangerina, rosa branca e cassis (aqui, eu só sinto a rosa branca e um pouco de cassis, o que dá desde a primeira borrifada o cheiro de banho já citado. Suave, mas não bobinho e nada cítrico).
Suas notas de corpo são Rosa búlgara, lírio do vale, ameixa e framboesa. Com a evolução, ele começa a adquirir um cheiro mais encorpado e adocicado, acho que a mistura de flores e frutas dessas notas de meio.
O fundo, por sua vez, é composto de Benjoin, Baunilha, Fava tonka, Sândalo, Cedro, Âmbar e Almíscar. Ele não é um doce que cheira a baunilha, mas fica sim com um fundinho adocicado e sensual, mas isso já na fase que não exala tanto.
A fixação, na minha pele, é de 6 a 8 horas, muito boa para um perfume nacional e com cheiro de banho.
Minha nota para ele é 9,5. Um perfume bem trabalhado, gostoso e diferente de tudo que eu já tinha na coleção. Aprovei!

quinta-feira, 8 de outubro de 2015

Escolhi fazer mestrado, e agora?


Esse post fala um pouco sobre a minha loucura de fazer mestrado, desde quando escolhi, até a fase atual. Como é, o que esperar, entre outros detalhes. Começaremos com...

  • A decisão
 
Para dar sentido à minha história, temos que começar ela do fim da minha faculdade. No penúltimo semestre do meu curso de Publicidade e Propaganda, conheci uma orientadora que se dispôs a guiar alguns alunos em um TCC "solo", mais voltado para o lado acadêmico. Eu, como já estava de saco cheio um pouco cansada de trabalhos em grupo, achei que seria uma boa maneira de testar os conhecimentos que adquiri na faculdade.
Gostei tanto de fazer meu trabalho (Sobre os apelos sensoriais na publicidade) que aceitei logo de cara quando minha orientadora sugeriu que eu fizesse a prova para o mestrado.


  • A prova


Tava tipo isso mesmo
Para a prova, foi solicitado um projeto de pesquisa com a proposta do tema o qual eu gostaria de seguir, além do próprio teste, baseado em uma bibliografia sugerida pela instituição (essa bibliografia muda a cada semestre) e uma prova de proficiência em uma língua (inglês, espanhol ou francês). No momento da inscrição, também é solicitado que se escolha um orientador dentro de uma linha de pesquisa. Aqui, você tem que ver com o que mais se identifica, onde quer chegar com sua pesquisa, vale até mesmo pesquisar um pouco do trabalho desses orientadores disponíveis.
Depois de me inscrever, comprei os três livros solicitados e os li, fazendo resumos das ideias principais. Sendo bem sincera, era um universo totalmente novo para mim e entendi pouco do conteúdo (Fase do princípio do desespero).
Pois bem, depois da prova, rolou uma entrevista com a orientadora sugerida no momento da inscrição. Eu escolhi a mesma orientadora do meu TCC. Ela foi ótima, nos demos bem e era a linha de pesquisa que eu queria, então, não tinha por que mudar!

  • Passei na prova, por onde começo?

No meu caso, para poder continuar com o curso, eu tinha que ter uma bolsa de estudos, financiada por alguma instituição que trabalha para isso. Não vou me aprofundar nos detalhes aqui e futuramente posso até trabalhar em um post falando disso, caso vocês se interessem :).
Juntei todos os documentos para a bolsa e iniciei as aulas, pois os editais são lançados somente depois que as aulas se iniciam.
No momento das aulas, descobri que eu caí de cabeça em um campo desconhecido. Além de muitas das pessoas serem mais velhas do que eu, o mundo acadêmico é bem mais complexo do que parece. As pessoas possuem um conhecimento bem grande na área em que estudam, falam nomes de autores com facilidade, sabem várias teorias da área... Me senti um peixe fora d'água e várias vezes me perguntei se eu realmente estava no lugar certo para mim.
Mas com o passar do tempo, vi que isso era por todos eles estarem na área a mais tempo, encontrei outras pessoas meio perdidas como eu e fomos nos ajudando, hoje até consigo citar um autor ou outro (mas ainda não sei as teorias de cabeça!).

  • Aulas e eventos

As vezes é assim quando você PRECISA escrever um artigo...
Para quem pensa que fazer mestrado é brincadeira de criança, eu digo que não é. Quem entra nessa, tem que cumprir um número de créditos de aulas assistidas (no meu caso, pelo menos sete disciplinas em um ano). O legal aqui é que o aluno escolhe o que mais tem a ver com ele e com sua pesquisa. Os professores pedem a leitura de textos para discussão em aula, e não são textos curtos. A matéria é extensa e o conteúdo é pesado.
No final de cada matéria, boa parte dos professores pede um artigo que aborde alguns dos temas das aulas ou resumos (vários) de cada leitura.
O legal desses artigos é que eles podem ser aproveitados para eventos acadêmicos. Esses eventos são temáticos também e alguns deles realizados anualmente. Existe um trabalho em encontrar um evento que se encaixe do que escrevemos e a participação neste. O detalhe é que os artigos passam por avaliação, não entra quem quer. Os primeiros artigos que você escreve podem ser rejeitados ou muito bem aceitos. Passei pelos dois casos.

Para quem tem bolsa de estudos, como eu, é obrigatório participar desses eventos, temos que apresentar os certificados de participação, mostrar relatórios do que vamos fazer no semestre, entre várias outras coisas que são exigidas, pois o trabalho de quem tem bolsa é mostrar serviço e ponto!

  • E vem mais

No próximo post, vou falar um pouco mais sobre a pesquisa, o relatório de qualificação e a pré banca, realizada mais ou menos na metade da jornada. Me aguardem!