segunda-feira, 15 de junho de 2015

Por uma boa redação

Nunca comentei isso por aqui, mas eu sou uma pessoa muito chata (pra tudo) com redação, gramática, concordância e afins.
Não tenho formação em letras mas, se não tivesse jogado tudo pro alto e feito mestrado, estaria facilmente trabalhando como redatora ou web writer em alguma agência de publicidade. Até faço uns freelas de revisão por aí quando a fome aperta e a vergonha afrouxa, como diria Seu Madruga.

Quando eu pego algo escrito errado, tenho cacoetes, frio na espinha, fico tentando corrigir as palavras e reajo meio assim:

Claro que podem existir confusões, como essa:


Mas quando, no meio de uma tarde de trabalho árduo, quando você está pensando em passar férias no Caribe tomando margaritas, surge uma atrocidade no seu e-mail, uma mensagem que deveria ter sido escrita por um profissional de renome (ou ao menos alguém que, pelo amor de Deus, sabia que antes da letra M, ou se usa a letra a letra P ou a letra B - e que não existe, no português, a combinação de NP ou NB em uma palavra). Quase desmaiei.
Isso por que, Brasil? Porque não ligam pra quem é que escreve as coisas.
Porque quando contratam alguém, tá no pacote de tarefas da pessoa criar os e-mails disparados para milhões de pessoas, mas não pedem nem pra pessoa escrever um bilhete pra faxineira antes de dar essa tarefa a ela. E aí, surge uma agressão aos olhos como essa:


Soube que o estagiário ficou entre "inbatível" e "inperdível"




A profissão de redator, aqui no Brasil, é desvalorizada por um único motivo: Todo mundo acha que sabe escrever bem. Então, seguindo essa lógica, por que pagar bem a uma pessoa que faz o que todo mundo consegue fazer? O engano mora nessa questão. Existe gente que estuda, que se especializa, que segue a carreira escrevendo, pensando o que fica melhor esteticamente, que tem uma quantidade de erros de gramática e concordância mais elevado do que os outros, justamente por esse estudo.
Não digo que é uma pessoa especial: com estudo, você pode ser designer, marceneiro, astronauta ou pode escrever bem. Ninguém é incapaz. Mas convenhamos que a língua portuguesa é cheia de pegadinhas e não é todo mundo que consegue se orientar bem ou tem a vocação de escrever.

É por causa disso que encontramos coisas assim por aí:
Produtos com bumbum. Alérgicos, cuidado!

Isso, o e-mail ali de cima e diversos outros casos são resultado de pouco conhecimento na língua combinado com a teimosia de achar que qualquer um escreve serto certo. Por isso, profissionais que trabalham com redação são desvalorizados. Mas eu poderia passar horas aqui colocando exemplos de má redação que comprovam a importância de ter alguém que entenda do assunto por perto na hora de escrever, pontuar, acentuar... ou os resultados podem ser catastróficos...

Hmm, safadinho!


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